Sim, e muito. Tudo por causa de gases tóxicos como ozônio,
monóxido e dióxido de carbono (CO e CO2), que diminuem sensivelmente a
capacidade de oxigenação do organismo (veja o infográfico ao lado). Mas não
vale qualquer poluição. Em São Paulo, por exemplo, a 3a cidade mais poluída da
América Latina, os atletas conseguem praticar seus esportes sem grandes dramas.
Já em Pequim, sede da Olimpíada que começa em agosto, a história é outra.
A
poluição de lá, que é 3 vezes maior que a da capital paulista, fez atletas como
Haile Gebreselassie, recordista mundial de maratona, pedir arrego. Ele, que sofre
de asma, desistiu de participar da prova com receio de passar mal e ter seu
desempenho prejudicado.
Apesar do investimento de mais de US$ 17 bilhões do governo
chinês no controle da poluição, o Comitê Olímpico Internacional admitiu que,
por causa da contaminação do ar, nesta edição dos Jogos não se esperam novos
recordes ao ar livre.
Sem oxigênio?
O ar (muito) poluído pode gerar de cãibras a infarto
Respire fundo
Um atleta respira 20 vezes mais ar que uma pessoa comum. Em
uma cidade como Pequim, isso significa inspirar 4 vezes mais CO, CO2, ozônio e
poeira do que o corpo tolera.
Ninguém entra
Quando chega aos pulmões, o CO2 em alta concentração
atrapalha o trabalho das hemácias, células responsáveis por levar oxigênio ao
organismo. Para compensar, o pulmão aumenta o ritmo de funcionamento.
Sem lugar
O CO é ainda mais cruel: ele rouba o lugar do oxigênio nas
hemácias. Pouco oxigenados, os músculos perdem força e podem sofrer com
cãibras. A falta de oxigênio no cérebro causa tonturas e, em casos extremos,
leva ao coma.
Empoeirado
As micropartículas de sujeira grudam nos cantos dos pulmões,
causando irritação, tosse crônica e inflamações. Algumas vão para a corrente
sanguínea e, a longo prazo, acabam endurecendo as paredes dos vasos.
Caminho estreito
Na corrente sanguínea, o ozônio converte colesterol em placas
de gordura, que grudam nos vasos, diminuindo sua flexibilidade. Para continuar
bombeando sangue, o coração tem que trabalhar sob alta pressão. Isso eleva o
risco de hemorragias e infarto.
Fonte: Superinteressante