As casas populares do programa governamental Minha Casa,
Minha Vida estão sendo feitas com aço e espuma ecológica. Entre as vantagens do
novo modelo de construção estão: o pouco tempo necessário para a edificação, a
facilidade em produzir em grande escala e o benefício ambiental.
As paredes são construídas com painéis de aço. No meio
destes painéis são colocadas as espumas de poliuretano, que foram desenvolvidas
pela indústria química Purcom. "O material é feito sem utilização do gás
HCFC (hidroclorofluorcarbono), o que garante padrão de sustentabilidade à
produção", afirmou Giuseppe Santanchè, diretor comercial da Purcom, à
Folha.
Para se ter uma ideia, este gás é utilizado em aparelhos de
ar condicionado e de refrigeração, porém seu uso será restringido a partir de
2013 e a meta é aboli-lo até 2040.
A espuma da Purcom foi aprovada pela ONU em 2010. O material
é usado na construção civil e também por indústrias como a automotiva, na
fabricação de volantes e tapetes. O analista de programa do Pnud (Programa de
Desenvolvimento das Nações Unidas), Anderson Alves, ressalta que ainda são
poucas as alternativas de tecnologias de baixo potencial de aquecimento global
com custo acessível no Brasil.
O modelo da casa é da empresa catarinense Fischer em
parceria com a Purcom. Em julho, o novo padrão ecológico foi apresentado no
centro de convenções da ONU em uma conferência sobre tecnologias de proteção ao
clima.
As casas são construídas em apenas quatro dias, sendo que no
método convencional unidades de 39 metros quadrados têm prazo de 120 dias,
aproximadamente.
De acordo com Santanchè, o material de aço é resistente ao
fogo e proporciona isolamento acústico e conforto térmico. Esteticamente os
painéis não são muito favoráveis, pois seus encaixes ficam visíveis. Outro
problema diz respeito à dificuldade em realizar reformas uma vez que há pouca
flexibilização em modificar a planta.
A companhia Fischer oferece quatro modelos, de 39,41 m² a
69,5 m². O programa Minha Casa, Minha Vida oferece a habitação menor. O projeto
foi aprovado pela Caixa Econômica Federal em 2010. No momento, está em análise
a possibilidade de implementar o modelo também para a CDHU (Companhia de
Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo).
No Brasil, o modelo sustentável já foi construído na Bahia,
Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. As casas são rapidamente
construídas: no primeiro dia é feita a fundação, no segundo e terceiro dia a
montagem de paredes e telhados e no quarto dia o acabamento.
Fonte: Ciclo Vivo