segunda-feira, 7 de maio de 2012


10 profissões verdes segundo dados da ONU


Instalador de Energia Solar
Fazer e instalar sistemas de energia solar já dá emprego a cerca de 770 mil trabalhadores no mundo. Essa profissão demanda instalação de aquecedores solares de água e células fotovoltaicas, por exemplo, com habilidades de construção. E as oportunidades estão disponíveis em várias partes.



Agricultor
A agricultura sustentável é importante e estimula atitudes ecológicas. Requer pequena escala, é local, utiliza métodos orgânicos ao invés de métodos à base de petróleo, máquinas e fertilizantes. E abre oportunidades para mais trabalhadores similares, tais como jardineiros urbanos, mercado de fazendeiros e queijeiros artesanais, por exemplo.  É uma das profissões verdes mais comuns.



Silvicultor
São responsáveis pela silvicultura moderna, uma combinação complexa de finanças internacionais, conservação e desenvolvimento. De acordo com o Banco Mundial, cerca de 1,6 bilhão de pessoas dependem da floresta para subsistência.



Eficiência energética
Os edifícios são responsáveis ​​por até 48% do uso de energia dos Estados Unidos e as emissões de gases de efeito estufa. LEED, a principal certificação verde para edifícios, tem mais de 43 mil profissionais credenciados.



Fabricante de turbinas eólicas
O vento é a principal fonte de crescimento de energia alternativa com mais de 300 mil empregos em todo o mundo. As turbinas são de metal e criam uma oportunidade para trabalhadores autônomos.



Biólogo de conservação
A busca urgente por preservar a integridade dos ecossistemas em todo o mundo e de quantificar o valor de serviços de ecossistemas leva a oportunidades em ensino, pesquisa e trabalho de campo para governos, organizações sem fins lucrativos e empresas privadas.



MBA verde e empreendedor
Inclui serviços empresariais como a investigação e a consultoria legal e conta para a maioria dos empregos verdes, que são mais de 400 mil. Isso inclui tudo, desde o marketing até ser um vice-presidente de sustentabilidade dentro de uma grande empresa.



Reciclador
Embora o mercado para papel e plástico esteja sofrendo com a crise econômica mundial, a demanda por aço para reciclagem ainda é forte, já que 42% da produção saiu da sucata em 2006. A reciclagem continua a ser uma forte alternativa econômica. Há uma grande necessidade de empresas especializadas em fechar o ciclo de reciclagem e reaproveitar resíduos eletrônicos, roupas, sacos plásticos, resíduos de construção e outros materiais.



Desenvolvedor de sistemas em sustentabilidade
A economia verde precisa de um grupo de desenvolvedores de software especializados e engenheiros para projetar, construir e manter as redes de sensores e modelagem. Eles mantêm parques eólicos, redes inteligentes de energia e outros sistemas de inteligência que buscam substituição dos recursos naturais.



Urbanista
Planejamento urbano e regional é o pilar da busca para reduzir a pegada de carbono. O fortalecimento dos sistemas de transporte de massa e o incentivo ao uso de bicicletas é apenas uma parte do árduo trabalho.


sexta-feira, 4 de maio de 2012


Dia Mundial do Campo reforça a importância de preservação do bioma






No Brasil, um dos destaques desta data é a necessidade de destinação ambientalmente correta de embalagens de agrotóxicos.


O campo é considerado o mais vasto bioma terrestre, responsável por abranger, aproximadamente, 24% da superfície dos continentes, o que representa cerca de 46 milhões de km2. Em definição, trata-se de uma vegetação formada por herbáceas, ou seja, plantas de pequeno porte, de vida média de um ano que acabam por não desenvolverem caules muito rígidos. Localizam-se, geralmente, em regiões temperadas, com verões quentes e invernos frios.

A atividade que singulariza o desenvolvimento do homem sobre o campo e, consequentemente, a importância de preservação é a Agricultura. Desde o estabelecimento das famílias em aldeias, ainda em eras remotas, o processo agrícola tomou conta do dia a dia e implicou a divisão de trabalho dentro da família. Portanto, foi fundamental à sobrevivência do homem pré-histórico e continua indispensável atualmente.

No mundo, a data 5 de Maio é instituída como mecanismo que visa conferir à devida importância a este sistema vital à sobrevivência humana, animal e vegetal.

Em termos nacionais, o campo segue como alavanca do superávit comercial. Desta forma, perdura como importante fonte de emprego, geração de renda e riqueza para o país.

 No Brasil esta importância é registrada com a instituição do Dia Nacional do Campo, que é comemorado em 18 de agosto, desde 2005. O principal objetivo desta data é promover a conscientização ambiental da agricultura através, por exemplo, da destinação correta de embalagens de agrotóxicos. 

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Foto do Dia: Gato preto ganha "massagem" de macaco nas ruas da Malásia



03/05: Dia Internacional do Sol




É extremamente lindo e prazeroso quando saímos de casa e nos deparamos com aquele dia ensolarado logo pela manhã, entretanto precisamos lembrar que não é só pela beleza que ele proporciona que a estrela central do nosso sistema solar merece uma data para ser lembrada e comemorada.

No dia 3 de maio é comemorado o dia internacional do Sol que é a mais importante fonte de energia para o Planeta Terra. Por meio dele todos os combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural, embora possam ser fontes de energia, também são produtos da captação e armazenamento da luz solar em plantas, algas e animais. O sol também é responsável pelo processo de evaporação, o qual causa reabastecimento de rios e lagos que desaguam no mar.

Além disso, o Sol ainda possui papel fundamental na saúde. Para termos ossos e dentes em bom estado, por exemplo, precisamos de vitamina D, que atua no metabolismo do cálcio e do fósforo, prevenindo o raquitismo. Essa vitamina não é encontrada pronta na maioria dos alimentos. Geralmente, eles contêm um precursor que se transforma na vitamina quando expostos aos raios do Sol. Uma deficiência de vitamina D causa problemas nos dentes, torna os ossos fracos e contribui para os sintomas da artrite. Também pode causar raquitismo (doença que impede a calcificação normal dos ossos).

Dessa forma, a ABES-SP relembra da importância da principal estrela que compõe o sistema solar, que merece muito mais que um dia para ser homenageada. 





quarta-feira, 2 de maio de 2012

Melhor que explicação é execução

Paulo Roberto Leandro*


Me sentia nada. Mergulhado nos tropeços do destino. Podem acreditar. Errei em tudo. Andava meio solto, aos trancos e atrás de barrancos. Até que um dia, aqui mesmo, tomei um chacoalhão. Veio um cara , meio metido a besta, e falou grosso com a gente. Me lembro como se fosse agora. Teve a coragem de dizer, assim sem mais, que todo mundo era "Zé". Só seria José se fosse capaz de fazer coisa grande. Na hora, digo, me deu vontade de dar uns trancos nele. Fiquei mordido. No caminho para casa me botei a pensar. Zé o caramba. Nem é meu nome. Mas acho que aprendi alguma coisa.

O Zé que não era José se chama Pedro. Pedro Mesquita, catador de lixo na zona leste de São Paulo. Cerca de 1,75 m de altura. Magro mas de braço forte como convém a quem dá duro todo dia. Sorriso expressivo mas dentes maltratados. Sem qualquer dúvida, impressionante.

     Foi só abrir os olhos, no dia seguinte, que decidi me meter numa empreita. Tanto moleque perdido nas ruas onde trabalho. Porque não estender braço e mão como, em certo dia, a sorte fez por mim?

Pedro fala com confiança. Daquelas de quem viu o capeta de frente e venceu. Quando faz seu depoimento, diante de um público que não tem detalhes de sua história pessoal, não hesita. Procura, às vezes, pela palavra. Mas não teme o conteúdo que quer revelar com ela. Veste calça jeans, usada mas limpa, sandálias do estilo franciscano, boné e muito limpo. No peito, uma camiseta verde e amarela, daquelas que remetem à seleção. Pentacampeão é ele que se safou de tantas.

     Decidi. Tem que tirar a molecada da rua, das drogas. Dane-se que é um terreno numa área que passa energia da Eletropaulo. Só tem lixo aí mesmo. De lixo, entendo. É só limpar e montar um campinho de futebol. Aí junta todo mundo.

     Nem demorou muito. O campinho do Pedro chegou a somar quase cinquenta garotos. Foi além da bola. Virou café, lanche e brincadeira em grupo. Fim de semana não tem sossego. Perto das sete a turma chega na porta da casa do Pedro e grita por ele. Só dá paz depois do café e durante a pelada.

     Agora sou José. Zé acabou. Parei de me sentir feito burro, só olhando para a frente enquanto puxava carroça. Passei a enxergar também dos lados. Para quem é como eu, meu chegado. Cada garoto que vem no meu campo escapou da droga e está brincando. Descobri como perceber a vida. Tem muito nêgo que puxa carga nos ombros o dia inteiro e só quer encher a cara ou fumar um baseadinho e cair deitado em cima do papelão que recolheu. Olhei para os lados e para cima. Vi que valia a pena.

Hoje são vinte e seis meninos que batalham no campo do Pedro que virou José. Conheço Pedro há pouco tempo. Mas tenho certeza de que ele cresceu, ficou mais alto. Nobreza e dignidade não lhe faltam. E o queixo erguido aumenta a sensação de integridade. De homem de bem.

- Agora tenho até meu carro. Uma perua velha que chamo de "Jabi", Jabiraca. Quem diria! O catador de papel, meio perdido na vida, agora cuida de garotos no campinho e ainda dirige um carro. Se precisar, o braço ajuda, volto a puxar o carrinho e suar na coleta. Mas acordo todo dia com mais prazer.

Esse emocionante depoimento do Pedro trava na garganta quando a realidade bate na porta. O campinho, judiado pelo tempo, construído na marra e na força de vontade, cambaleou. Precisa de reforma. A ironia é que reúne a molecada em Itaquera. Mesma região onde se constrói o Itaquerão com o custo maior que um bilhão de reais. A ajeitada no campinho do Pedro precisa de quinze mil reais. "Trôco" diante do colosso que será usado na Copa do Mundo e nos jogos do Corínthians. Mas, sem dúvida, do campinho do Pedro sairão inúmeros vencedores. A quem ninguém poderá chamar de "Zé".

Na primeira etapa foi o cercado e o lugar para bater bola. Agora é recuperar o espaço de que as crianças gostam. E ter na memória que a região onde o Pedro levantou seu templo sofre com falta de transporte, de água, esgoto, posto de saúde e escola. Tem de sobra o empenho de gente séria que, ao mesmo tempo em que coleta o lixo, batalha por uma sociedade mais justa.

 * Paulo Roberto Leandro é jornalista, meu cunhado; há cerca de um mês o convidei a participar da minha vida profissional e conhecer a luta dos catadores. Com este texto inicio a campanha em busca de recursos para revitalizar o campinho do Pedro.

Delaine Romano  - romano@netpoint.com.br